Apesar da ingenuidade de Christopher McCandless, sua história é um profundo reflexo de nosso tempo. É a história de um jovem inteligente e sensível que, como quase todos os jovens de hoje, era impelido a buscar o sucesso financeiro, o prestígio e a aparência. O movimento contemporâneo de transformar nossos jovens em “produtos de sucesso” parece não medir consequências. Tudo é válido para que nos tornemos máquinas eficientes.
Christopher deu a todos o que eles queriam, formou-se com louvor em prestigiada universidade americana. Depois disso, sem avisar a ninguém, desapareceu. Saiu vagando pelas estradas dos EUA sobrevivendo de pequenos serviços, lendo livros e fazendo várias amizades graças a sua enorme simpatia. Seu desprezo pelo lógica do consumo excessivo era sua principal motivação, ele não queria fazer parte disso.
Dirigiu-se aos confins do Alasca onde, depois de vários meses vivendo em um ônibus abandonado, morreu de fome devido a erros de planejamento. Seu pensamento final estava escrito em um caderno, encontrado ao lado de seu corpo. “A felicidade só é real quando compartilhada”. No final das contas, era apenas isso que ele buscava: compartilhar sua alegria, sua juventude e seu vigor. A vida é um milagre grande demais para ser desperdiçado com aparências, futilidades e coisas sem sentido, assim pensava Christopher McCandless, que em suas viagens assumiu o codinome de mochileiro “Alexander Supertramp”.
O jornalista Jon Krakauer se interessou pela história de McCandless e resolveu investigar os lugares por onde ele passou, conhecendo as pessoas com quem ele conviveu, que lhe deram abrigo, serviços e principalmente amizade. Desta pesquisa nasceu o livro Into The Wild, que se tornou umbestseller e estimulou um debate acalorado sobre a vida de McCandless. Enquanto uns concordam que ele era apenas um jovem ingênuo e irresponsável, outros alertam para o protesto que essa aventura representa.
O fim trágico dessa aventura é culpa de todos nós, que aceitamos imposições fúteis sem questioná-las e pressionamos nossos jovens a fazerem o mesmo. Sua mensagem final é um aviso de alerta para uma sociedade adoecida pela superficialidade.
A aventura de Christopher McCandless inspirou o filme “Into The Wild”.
-Alfredo Carneiro-
-Alfredo Carneiro-
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