
O conceito de alma para
Sócrates tem influências do orfismo (que acreditava ser a alma um ente decaído
no corpo) e do pitagorismo, mas é “aprofundado” pelo filósofo. Sócrates define a alma como algo
individualizado, como o próprio “eu” que “se serve do corpo”. Me parece que a
alma em Sócrates é um tanto dual. Ela é transcendente e imortal, um ser
inteligível que contempla o mundo das ideias antes de descer ao corpo, e, ao
mesmo tempo, ela é aquilo que ordena as vontades ao corpo, aquilo que fez
Sócrates decidir se render à pena de morte e tomar o veneno. Não sei se posso
dizer isso, mas parece um ser transcendente (enquanto habita o mundo das
formas) e imanente (enquanto exerce no corpo o papel do que chamamos hoje de
mente).
Bom, voltando à pergunta sobre a imortalidade da
alma e seu legado, esse conceito abre para a metafísica uma visada do
transcendente, do suprassensível, já que a alma seria incorpórea, pensada como
divina. É com a alma inteligível que Platão passa a pensar em outros seres além
do físico, como a alma, que seriam os princípios e seres de todos os entes. Platão
atribuiu às ideias o mesmo estatuto de realidade que Sócrates atribuiu à alma. Se
a alma é imortal, ela deve habitar algum lugar antes de descer ao corpo. Deve
existir, então, uma “outra realidade” de seres que compartilhem as
características da alma.
-Anita-
-Anita-
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