quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Nota sobre a transvaloração de todos os valores



A transvaloração é uma questão ética complicada. O Ethos pode ser encarado como um movimento circular, em que há a cultura e os valores passados como herança, mantidos pelas novas gerações que, além de os manter também os questionam, o que provoca mudanças que serão depois passadas como herança, iniciando-se outro ciclo de propagação, manutenção e mudança do ethos. Nós sabemos que os valores culturais têm mudado muito de geração em geração, mas uma transvaloração de todos os valores me parece uma vontade de mudança muito abrupta no ciclo natural que as culturas seguem. No entanto, acho que ela já está ocorrendo, gradualmente, em certos sentidos. Entendo essa transvaloração como um guia teleológico de como devemos nos ver em relação à vida. Me parece mais uma mudança de atitude, que, claro, envolve valores enraizados na cultura ocidental há milênios.  Para Nietzsche, o homem moderno perdeu o contato consigo mesmo, com seus instintos, com a vida em si, valorizando atributos de fraqueza, “coitadice”, transformando instintos naturais em fonte de sofrimento, medo, enaltecendo a martírio, o castigo, a purificação. É essa mudança “mental” que, segundo entendo, precisamos fazer para não nos esquecermos da vida e para que sejamos senhores de nós mesmos.  

-Anita-

Nenhum comentário:

Postar um comentário