quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O processo educacional e a mente aberta



A preocupação com a educação como processo de formação do ser humano cidadão existe há muito tempo, e pode ser encontrada nos escritos de Platão e de Aristóteles. Os elementos constitutivos do processo educacional dependem da concepção antropológica que a sociedade tem, da noção de qual é a natureza do homem. Platão defendia que a educação deveria se acomodar aos tipos psicológicos existentes de ser humano, que por sua vez eram descritos de acordo com o papel que cada um teria na sociedade ideal.

Para Aristóteles, o homem, como “animal político”, precisa de certas características para viver da melhor maneira possível em sociedade. O alcance dessas “virtudes cívicas” se dá pela formação educacional de cidadãos virtuosos.
Platão e Aristóteles nos fazem ver como o processo educacional já era considerado importante desde a antiguidade. O homem pode até ser um ser naturalmente social, mas precisa adquirir as “virtudes” necessárias para poder participar ativamente da comunidade em que vive.

Quanto aos regimes autoritários, eles impedem o pensamento crítico e a mente aberta. A principal liberdade que um governo autoritário restringe é a liberdade de pensamento. Me lembrei do livro 1984 (George Orwell), que conta a história de uma sociedade totalmente dominada pelo partido governante. O medo de reação por parte do governo é tal que há câmeras até na casa das pessoas. O Big Brother precisa controlar o pensamento das pessoas para que possa continuar eternamente no poder. A doutrinação, no livro, está em todas as atividades públicas, principalmente na educação. É um exemplo fictício e extremo, mas que nos mostra com detalhes muitas vezes chocantes (porque os vemos, em menor escala, no “mundo real” de hoje) como a restrição do pensamento chega à restrição da cidadania e pode manter um regime totalitário.


Ao longo da história, muitas pessoas que se enquadravam em categorias de “não-cidadãos” foram conseguindo ter seus direitos igualados aos dos demais, como o direito de voto para mulheres e negros. Atualmente, pelo menos aqui nos EUA é um assunto que tem provocado bastante debate, temos a questão do casamento gay. Por que eles não têm os mesmos direitos que os outros cidadãos? Sem direito a se casar, como ocorre em alguns estados daqui, um casal gay não fica protegido pelas mesmas leis que vigoram para casais héteros, como direito a pensão, divisão de bens, herança etc. Não são todos iguais perante a lei? Acho que essa é uma questão de cidadania que precisa se discutida com reflexão crítica e mente aberta pelo povo e principalmente por seus representantes, que podem modificar a lei. O combate ao preconceito cultural, religioso e racial se inclui dentro das preocupações pluralistas de uma educação para a cidadania. É de extrema importância para uma democracia o processo educacional que se preocupa em formar cidadãos que compreendam a diversidade e saibam justificar racionalmente as mudanças que julgam necessárias para a sociedade.

-Anita-

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