
É uma preocupação recorrente
e pertinente de muitos professores saber como motivar o aluno em sala de aula,
como fazê-lo prestar atenção, participar e realmente aprender a matéria. Mas é
também muito importante o modo como o aluno desenvolve o seu estudo em casa.
Estudar sozinho tem um papel crucial, pelo menos para mim, na fixação e no
entendimento do conteúdo. É quando estuda sozinho que o aluno pode, a seu tempo,
se aprofundar, revisar, desenvolver raciocínios, detectar dúvidas etc. É claro
que o estudante do ensino médio não vai virar um expert em nenhuma matéria
estudando sozinho, ainda mais com tantas disciplinas no currículo. Mas esse é
um bom hábito que precisa ser incentivado pelos pais e pelos professores.
No desenvolvimento do hábito
de estudo, entra também a questão já levantada aqui da motivação. E, sendo
sinceros, todos aqui sabem como é difícil, principalmente para um adolescente,
deixar de fazer uma atividade prazerosa para estudar. O problema é que a
motivação externa é muitas vezes uma prova, como o vestibular. Ultrapassada
essa etapa, o gosto pelo estudo costuma não permanecer. Acredito que se a
aprendizagem significativa é estimulada na escola, o aluno passa a pensar os
conteúdos de modo diferente, mais complexo, e isso é transferido para a
aprendizagem individual. Se uma aula de história é interessante e faz conexões
com outras aulas, como filosofia e geografia, por exemplo, a pessoa pode
incorporar esse modo de relacionar os conhecimentos quando estuda sozinha.
No final das contas, o
professor acaba sendo um pouco responsável pela maneira como o aluno encara a
matéria em casa. Conheci uma adolescente que queria prestar vestibular para
sociologia, mas não conseguia estudar matemática porque “detestava” o
professor. Sua mãe lhe mostrou que a matemática seria importante até mesmo no
curso de sociologia, já que é preciso estudar estatística. Essa mãe criou a
motivação específica que faltava para a filha querer entender a matéria. Além
disso, podemos ver nesse exemplo que os sentimentos, o “gostar ou não” da
matéria, pode ser traduzido em gostar ou não do professor.
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