quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Descartes e o mundo real

Vou compartilhar aqui um pequeno raciocínio para tentar entender essa justificação do conhecimento do mundo “real”, fora da consciência, de Descartes. Fiquei me perguntando se Descartes não poderia ter usado o próprio axioma de que as ideias formais correspondem a realidades objetivas para justificar o conhecimento do mundo, ficando no argumento dessa correspondência entre realidade e pensamento sem lançar mão de Deus. Acontece que ele colocou em seu sistema de dúvidas a hipótese do gênio maligno (e se existisse um gênio maligno que nos engana e nos faz ver e viver uma ilusão?). Então, para o filósofo, somente a ideia de Deus é perfeita e ela deve ser causada por uma realidade objetiva perfeita, o que garante a existência Dele. Então Deus existe, o que exclui a hipótese do gênio maligno, já que a enganação é uma imperfeição e Deus é sumamente bom, não deixando que os nossos estados mentais sejam controlados por tal esquema maligno. O Deus como “muleta epistemológica” é aquele que surge para excluir a hipótese do gênio e garantir a certeza de nossos estados mentais...

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