
Para Pascal, uma das “justificativas práticas” da religião se manifesta na questão da escolha. O homem, por razões práticas, precisa escolher que conduta seguir, em que acreditar. Se pela razão não podemos chegar a nenhuma conclusão concreta, deveríamos escolher a fé e pronto, “já que é preciso necessariamente escolher” (Pensamento 233: Bruschvicg. PASCAL, 1973, p. 99). Esse “argumento da decisão” é conhecido como a “aposta de Pascal”. Para o filósofo, é muito mais útil, “vale mais a pena”, acreditar que Deus existe. O argumento estrutura-se mais ou menos assim: Se eu acredito em Deus e Ele existe, terei felicidade eterna. Se eu não acredito em Deus e Ele existe, sofrerei eternamente. Se acredito em Deus e Ele não existe, vivo uma vida feliz, com a vantagem de ter os confortos que a religião oferece. Se não acredito em Deus e Ele não existe, não sofrerei eternamente, mas não terei os confortos da religião, que tornam a vida mais agradável. Qual dessas hipóteses é mais vantajosa? Qual é menos arriscada? De acordo com Pascal, analisando-se esses argumentos racionalmente, chega-se à conclusão de que é melhor acreditar em Deus.
-Anita-
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