
Apesar de concordar com Platão quanto à moderação, ou seja, de achar que a vida virtuosa é um caminho do meio, e que as melhores virtudes são justamente aquelas que não pecam nem pela falta nem pelo excesso, Aristóteles não concentra sua ética na ideia de bem em si, mas parte justamente do ethos, da possibilidade de que haja diferentes situações em que o homem tenha de fazer uma escolha sobre como agir. Então, como existem situações distintas, não pode haver esse bem universal que guia todas as escolhas. O homem deve desenvolver uma capacidade de agir virtuosamente, sabendo julgar cada problema que lhe surge. O saber moral é o ser moral, que, apesar de haver, sim, uma noção do que seja bom, essa noção tem que ser aplicada a cada situação.
Por um lado, é atraente a ideia platônica de que haja um Bem supremo que possa nos guiar em todos os ethos. Apesar de concordar que cada cultura estabelece seus costumes e valores, ainda acho que alguns valores deveriam ser considerados universais. Não acredito, só para dar um exemplo, que o sacrifício infantil praticado em algumas culturas tribais seja correto em nenhuma circunstância, mesmo que seja cultural. A meu ver, deve haver um limite, e talvez esse limite possa de fato ser guiado pela máxima de Kant, que pode também ser comparada ao “não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você” (ou algo parecido).
Por outro lado, na maioria das decisões que o homem toma sobre como agir (não tão extremas como meu exemplo acima), entendo que a cultura tem um papel fundamental e que possa haver um certo relativismo, até um certo ponto. Nesse caso, a visão mais prática de Aristóteles seria a mais adequada. Concluindo, eu tomo o “caminho do meio” de Aristóteles e a “proporção” de Platão e digo que, para mim, uma junção das duas teorias seria o melhor caminho a ser seguido.
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