quarta-feira, 31 de julho de 2013

Eu e Tu

  


 Estou lendo "Martin Buber’s I and Thou: Practicing Living Dialogue", de Kenneth Kramer. É um excelente livro que apresenta e analisa as ideias centrais de Martin Buber. Concordo que Buber seja um pensador fundamental. A sua noção de diálogo, Eu e Tu, trata da entrega, da completude e do esforço que as pessoas precisam fazer para ter um verdadeiro diálogo e entrar em um relacionamento autêntico. O diálogo, o encontro verdadeiro, se dá quando as pessoas se entregam, se abrem completamente para o outro. O Tu, para Buber, não é uma pessoa, mas, pelo que eu entendi, um estado que se alcança quando se consegue uma relação verdadeira com o outro. Nos relacionamentos Eu e isto, é como se houvesse um monólogo; a pessoa se interessa apenas em impor o seu ponto de vista sem realmente considerar as visões dos outros. Esses dois “pares de pronomes” estabelecem duas atitudes nossas, do Eu com relação ao mundo, às pessoas, à natureza e a Deus.

O verdadeiro diálogo não é possível sem um compromisso mútuo. Por isso concordo que o diálogo não é a única maneira de se conseguir a paz. Mesmo quando duas pessoas, ou dois líderes, conversam, na maioria das vezes não estão dialogando; cada um faz o seu monólogo e nada se resolve.

Bom, esta é uma leitura bem superficial do pensamento de Martin Buber, só estou no começo de uma obra introdutória sobre o filósofo. Mas acho que já dá pra ver a importância de sua obra em todos os sentidos, principalmente quanto à cultura da paz e do diálogo. As noções de Eu, Tu, isto, diálogo, monólogo e dos relacionamentos é bem mais complexa e profunda do que o apresentado aqui.


Para terminar este post, copio (e traduzo) uma passagem do livro “The life of Dialogue”, de Maurice Friedman, citada no livro de Kramer (pg 32)

Uma unidade viva

“Esta vida (de diálogo) é parte do nosso direito inato como seres humanos, pois apenas por meio dela podemos alcançar uma existência humana autêntica.”

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